Vicente Soares Neto é engenheiro, escritor, poeta, professor, astrônomo amador, tem se dedicado à engenharia desde 1973.
- Engenheiro de Telecomunicações – CREA 11.056/D – INATEL 1972
- Engenheiro Eletricista – Eletrônico – CREA 28.974/D – INATEL 1980
- Especialista em Computação Analógica – EFEI 1972
- Especialista em Teleinformática – UFMG 1985
Trabalhou na antiga Companhia Telefônica Brasileira (CTB), posteriormente Telecomunicações de São Paulo (TELESP), na antiga Telecomunicações de Minas Gerais – TELEMIG, na Empresa Brasileira de Telecomunicações (EMBRATEL), no Ministério da Infraestrutura (MINFRA), no Ministério das Comunicações (MINICOM) e na Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL).
Por muitos anos desenvolveu suas atividades acadêmicas no Colégio Técnico de Eletrônica Armstrong, no Instituto de Educação Tecnológica de Minas Gerais, na Universidade FUMEC e na PUC – MG. Elaborou e ministrou palestras e seminários em âmbito nacional e internacional.
É membro da Academia Campo-Belense de Letras.
Possui 53 edições de livros, na área de telecomunicações e literatura.
Agraciado pela Comenda INATEL (Instituto Nacional de Telecomunicações) em 2.017, pelos relevantes serviços prestados ao setor de telecomunicações
Há mais de 20 anos participa da Sociedade Mineira dos Engenheiros, tendo sido Presidente da Comissão de Telecomunicações por dois mandatos, Vice-Presidente e atualmente participa do Conselho Deliberativo.
Atualmente é Diretor Executivo da Lynce Consultoria.
Um dos pontos mais importantes no estudo da evolução humana é o de entendermos como no último século as gerações de pessoas nascidas em todo o planeta se comportavam e virão a se comportar.
Muitas tem sido as denominações dadas a cada um dos períodos analisados, entretanto como este não é um livro de antropologia, estou apenas denominando 6 delas.
Neste contexto, tem-se que ressaltar a importante contribuição de cada uma, no seu modo de agir, nos seus valores, bem como nos conceitos fundamentais que as regiam, para que possamos entender como todos estes processos puderam construir um novo modelo de sociedade capaz de pelo menos desejar que uma cidade inteligente pudesse existir.
No início do século XX, a grande maioria da população era rural, isto é, viviam em fazendas ou pequenos sítios, os quais se acercavam de pequenas cidades, geralmente construída no entorno de uma igreja.
Este era um mundo totalmente diferente do de hoje, circunscrito, recheado de princípios religiosos, que muito bem retratam, no Brasil, a base da tradicional família mineira.
As casas daquela época geralmente não tinham banheiro interno, mas uma fossa colocada a uma certa distância da casa principal, digo casa principal, pois, em cada comunidade rural tinham várias famílias que utilizavam dos mesmos recursos.
A distribuição de água, não tratada, era realizada por condutores de bambu, no melhor dos casos, e a água, para banhos era geralmente utilizada serpentinas que se aqueciam dentro dos fogões a lenha.
Figura 1 – A Evolução da Sociedade
A luz elétrica não existia e era comum ouvirmos a frase – “vamos dormir com as galinhas”. A expressão era para informar que as pessoas iam dormir na mesma hora das galinhas.
Os alimentos como arroz e feijão eram geralmente guardados dentro de baús, utilizando terra de formigueiro para evitar o contato com fungos ou outros insetos. Já a carne era salgada ou inserida em banha de porco para que se mantivesse sadia.
Uma expressão muito utilizada a época era a de arear as panelas. É verdade, não uma ilusão, arear uma panela para mantê-la limpa era realmente passar área do córrego mais próximo, geralmente acompanhada de cinza do fogão a lenha.
Como ainda na minha infância pude participar deste tipo de sociedade, não achava ruim, pois os parâmetros de avaliação não tinham referência com esta nova Sociedade da Convergência que estamos iniciando.
Geração Builders
A geração Builders, conhecida também como a geração dos construtores, é aquela onde os nascimentos ocorreram antes de 1950. Tinham como característica a responsabilidade de honrar os seus ancestrais, sendo extremamente religiosos.
Esta geração teve como orientação profissional o trabalho em grupo, pois influenciados pelos momentos de pós segunda guerra mundial, se sacrificavam em benefício do todo.
Geração Baby Boomer
A geração Baby Boomer, conforme denominação predominante refere-se as pessoas nascidas entre 1950 e 1960. Esta data é uma referência, abstrata, pois em certos casos, os mesmos valores desta geração ainda se perpetuam em vários segmentos da sociedade.
Figura 3 – Geração Baby Boomer..
Influenciada pela segunda guerra mundial, pela insegurança e instabilidade, a geração Baby Boomer buscava a segurança e a paz.
Era uma forte conotação desta sociedade a criação rígida, baseada em valores religiosos, onde a educação de berço, a obediência aos conceitos familiares, tendo como característica uma família numerosa, onde geralmente o primogênito seguia a profissão do pai e o segundo filho, se do sexo masculino, seguia para o seminário.
Geração X
A geração X se refere as pessoas nascidas entre 1960 e 1980.
Vivendo sobre a influência dos tempos da Guerra Fria, esperavam um futuro hostil, por isto mesmo buscavam uma carreira sólida e um equilíbrio profissional e pessoal.
Figura 4 – Geração X.
Esta geração, teve uma incrível influência nos anos seguintes, pois de uma forma muito firme, proporcionou grandes mudanças na sociedade, mudando completamente o relacionamento familiar, quebrando paradigmas e inserindo a mulher no mercado de trabalho.
Além destes importantes fatores houve uma acentuada migração das zonas rurais para as cidades.
Com esta nova realidade, os impactos causados na educação, no comércio, na música e principalmente pela tecnologia, com a utilização de televisores e luz elétrica, na maioria das residências, transformaram a sociedade, tornando-a mais informada e coesa, diante do conhecimento adquirido.
Geração Y ou Millennials
A geração Y, filhos diferentes, oriundos da revolução originada pela geração X, são os nascidos entre 1980 e 1990.
Figura 5 – Geração Y ou Millennials.
Uma geração extremamente diferenciada das demais, pois nunca viveram sem ver televisão, sempre andaram de carro, sempre viajaram utilizando aviões.
Acostumados ao conforto, mesmo as classes menos favorecidas, inseridos e conhecedores das tecnologias da informação, sempre foram hiperestimulados, refletindo em sua conduta pessoas que são capazes de desenvolver multitarefas.
Nascia uma geração com avaliação crítica de cada assunto, de cada momento, com grau enorme para aceitar novos desafios, e se assim não ocorresse, se desinteressavam e se punham apáticos diante da realidade.
A criatividade impera para esta geração, daí o grande desenvolvimento tecnológico, proporcionada pelo caráter inovador.
Geração Z
Para a geração Z, compreendida pelas pessoas nascidas no período de 1990 a 2020, circundada por um mundo totalmente globalizado.
A geração Z, desde o seu nascimento conhece a tecnologia, utilizando o smart phone, o tablete, o notebook, bem como, navegando pela rede mundial, a internet com muita facilidade.
Vivem nas mídias sociais, totalmente conectados, sendo influenciados e influenciando outras pessoas. A realidade virtual toma uma força enorme, capaz de ser um poderoso agente de formadores de opinião
Figura 6 – Geração Z.
Os nativos digitais, com intuição tecnológica aflorada, têm acesso a conteúdo de informação gerados em todas as partes do planeta, portanto, de conteúdos diversificados, proporcionando e gerando questionamentos, a troca de informação e o valor crítico se sobressaem.
Entretanto, como a velocidade com que as informações chegam até os nativos desta nova sociedade é muito grande, o imediatismo e a impaciência ocupam um lugar de destaque em suas vidas.
A dificuldade de interação está diretamente ligada a dificuldade do trabalho em equipe.
Geração Alpha
Geração Alpha é o nome dado aos nascidos a partir de 2010 e às crianças que ainda vão nascer até 2025. Portanto, é a geração atual. Conhecida também como Gen A, eles sucedem a geração Z.
Figura 7 – Geração Alpha.
O que é a geração alpha? O termo foi criado pelo sociólogo australiano Mark McCrindle, que começou a empregá-lo para se referir às crianças nascidas a partir de 2010, como dito. A geração alpha, por ser a primeira a ter “nascido” já conectada, vem sendo objeto de observações, pesquisas e análises
Refletindo sobre as gerações
De uma forma ou de outra os habitantes deste planeta continuarão a sua jornada, vencendo os desafios, sobrevivendo as mudanças sociais e principalmente vivendo a cada dia uma nova realidade.
O que poderíamos pensar das futuras gerações, impactadas pelas viagens espaciais, onde as diferenças entre o espaço e o tempo forem vencidas pelas tecnologias que virão?
Que tipo de realidade podemos inferir para a sociedade, da era espacial, estará vivendo?
As novas descobertas, novos mundos e um vasto universo a desbravar?
É, talvez impossível para a mente humana diagnosticar este novo mundo e como serão após 2040 as nossas cidades.
Durante as pesquisas para elaborar um livro sobre cidades inteligentes sempre tomei como base, como poderia ser o pensamento criativo, de forma a entender de claramente, como este conceito afeta as sociedades criadas durante o último século.
Os avanços da sociedade estão suportados pelas pessoas, que sempre tiveram a capacidade de pensar, de entender o presente e de ter uma visão prospectiva do futuro.
Gosto muito do exemplo de Demócrito de Abdera.
Sentado nas areias da praia, olhando o infinito do horizonte, no século V antes de Cristo, começa a questionar se não haveria um material que fosse o menor elemento da matéria, indivisível que formaria todos os outros elementos conhecidos. Seria muito audacioso compará-lo aos cientistas dos dias atuais?
E, ainda mais, este elemento não seria único, deveria ter mais de um elemento que possibilitasse a formação de tudo que se conhecia até então.
Foi nesta época o lançamento da ideia da existência do átomo, daí Demócrito de Abdera ser conhecido como pai da teoria da existência do átomo, na época a partícula menor do universo, e indivisível.
Para nós, do século XXI, um exemplo digno de ser admirado.
O pensamento criativo, se molda nos desafios do pensamento, criando novas oportunidades, novos desafios e consequentemente novos conhecimentos.
Este texto foi retirado do livro CIDADES INTELIGÊNTES – EDITORA ÉRICA – 1ª EDIÇÃO – 2019.
Figura 8 – Capa do Livro Cidades Inteligentes.
RESENHA:
A evolução da humanidade ao longo do século XX teve um impacto significativo nas diferentes gerações, e a adoção de padrões como a Norma ISO 37120 pode ajudar as cidades a se tornarem mais inteligentes e eficientes. No entanto, é fundamental refletir sobre os desafios éticos e sociais envolvidos e promover a criatividade como uma ferramenta para resolver esses desafios de forma inclusiva e inovadora. (NOTA DO EDITOR).