RELAÇÕES INTERNACIONAIS.
O fenômeno da globalização, caracterizado pela aproximação entre os países através de maiores trocas econômicas e culturais, foi um impulsionador para a internacionalização de empresas em todo o planeta. Através disso, tivemos muitos ganhos em termos econômicos, diplomáticos, tecnológicos e sociais, os quais causam efeitos ainda hoje. As empresas foram importantes atores que compuseram esta dinâmica, impulsionando as trocas entre as nações, as quais promoveram o comércio internacional através da internacionalização de seus negócios, levando soluções e novos produtos para diversos países.
A intensa participação das corporações neste processo se deu pelo fato de a internacionalização de uma empresa apresentar diversas vantagens estratégicas para a longevidade do negócio, sua expansão e melhoramento, podendo ser incorporado por empresas de pequeno, médio e grande porte. Pela perspectiva da exportação, há o ganho em moeda forte, uma vez que as vendas acontecem, majoritariamente, em dólares. Há um aumento do mercado de vendas e diversificação de clientes, fator que se mostra positivo uma vez que a empresa não depende apenas das vendas nacionais, sendo menos refém de crises econômicas que venham a ocorrer em seu país e demais fenômenos negativos à suas vendas locais. Há, também, um ganho de credibilidade e reputação para o branding da empresa, tendo em vista que por vender para o exterior, a imagem da empresa se torna mais positiva localmente.
Na importação, as vantagens se mostram na aquisição de produtos oriundos de um mercado mais barato e inovador, como na China, Estados Unidos e países da Europa. Estes mercados são caracterizados pela produção de itens novos e tecnológicos, posteriormente comercializados nos demais países. Muitas vezes, o custo/benefício de realizar uma aquisição diretamente com os fabricantes destes países se mostra maior quando comparado a uma compra do mesmo produto no Brasil a partir de uma revendedora. Ademais, estando em contato com estes mercados, a empresa poderá ter acesso às inovações de maneira mais rápida, com produtos que ainda não possuem similares no mercado local.
Entretanto, ao iniciar seus projetos de expansão internacional, seja para exportação ou importação, as empresas se deparam com algumas barreiras que dificultam e atrasam o projeto embrionário de se desenvolver plenamente. Temos como exemplo as regularizações governamentais, necessárias para que a empresa consiga um certificado, registro e licença que permita à ela executar a liberação do produto no país de origem e destino, processo que, ainda que moroso e burocrático, e muitas vezes caro, se faz necessário para que a empresa não enfrente problemas ao longo de seus processos. Os impostos incidentes nas importações pelos países também são um entrave para as vendas internacionais, tornando o produto mais caro quando comparado a um similar produzido nacionalmente. Entretanto, os governos cedem diversos benefícios tributários a fim de incentivar o comércio entre os países, os quais podem ser usados pelas empresas como um facilitador de seus negócios.
Desta forma, para que o projeto de internacionalização de uma empresa tenha êxito, a sua execução e planejamento precisam ser feitos com cuidado por profissionais com experiência e conhecimento. Pesquisa de mercado, plano de negócios, idoneidade de fornecedores e potenciais clientes, estruturação dos custos, mapeamento das exigências governamentais, além de outras medidas, são uma forma de as empresas estudarem a viabilidade de sua internacionalização e estruturarem tal projeto para que o sucesso seja alcançado. É necessário, sobretudo, que a empresa entenda a forma de fazer negócios nos países aos quais ela almeja se expandir, visando se adequar aos costumes locais a fim de concretizar seus negócios e mantê-los no longo prazo.
Historicamente, Estados Unidos e Europa são grandes mercados para a exportação dos produtos brasileiros, fator relacionado à uma proximidade política, cultural, além da alta imigração de brasileiros para estes lugares. Nas últimas décadas, a China também se tornou um atrativo para os produtos brasileiros usados para abastecer sua classe média cada vez maior e urbana, que acompanha o crescimento econômico chinês e o desenvolvimento industrial no país asiático. Ademais, países como Índia, Nigéria, Indonésia, dentre outros, também estão com suas economias e população em expansão, fator que pode se tornar oportunidades de negócios aos empresários brasileiros que querem expandir suas operações para outros países.
Portanto, vemos que a internacionalização de uma empresa não possui fim em si mesma, mas é o meio usado por corporações a fim de se expandirem globalmente e tornarem a sua rentabilidade maior no médio e longo prazo. Para obter êxito neste processo, se faz necessário uma ótima estratégia de inserção no mercado global, adequada e estruturada a cada projeto, com suas características singulares, executada por profissionais responsáveis e competentes.
Por Adrian Henrique Estevam.
Graduado em Relações Internacionais pela PUC Minas e atuando em uma empresa transnacional, vem construindo a carreira que almeja na área de comércio internacional. Desenvolve sobre os processos e dinâmicas comerciais entre diferentes países, desenvolvendo habilidades essenciais para um profissional que porpõe posicionar o Brasil e suas empresas em um melhor patamar no comércio global. Tem experiência com posição de liderança, voluntariado e desenvolve habilidades e conhecimentos sobre importação, exportação, logística, supply chain, inbound marketing, ferramentas de tecnologia e dados etc. Tudo isto fez dele um profissional multidisciplinar capaz de construir pontes para empresas com outros países.