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Jairo Nogueira Filho Se Reelege Presidente Da CUT Minas Para A Gestão 2023/2027

por revistaconthato
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REELEIÇÃO É FRUTO DE EXCELENTE GESTÃO FRENTE A CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES DE MINAS

Jairo Nogueira Filho, do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro/MG), se reelegeu no dia 19 de agosto de 2023, presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) para mandato 2023/2027. A eleição aconteceu no segundo dia do 14º Congresso Estadual (CECUT), realizado nas dependências do Sesc Venda Nova, em Belo Horizonte.

“Conseguimos incluir mais sindicatos na direção e prosseguimos com a responsabilidade de levar esta bandeira que é o lema do nosso CECUT, Democracia, trabalho e luta; resistir em Minas Gerais, para devolver a dignidade e os direitos da classe trabalhadora. Vamos lutar muito para que a nova diretoria consiga atender aos anseios de trabalhadoras e trabalhadores”, disse Jairo Nogueira, após a votação.

Balanço da gestão

Antes da votação que elegeu a diretoria da CUT/MG para gestão 2023/2027, foi apresentado um vídeo com um resumo das lutas de 2019 até este ano e apresentado um balanço pelo presidente da Central no Estado, Jairo Nogueira Filho.

“Iniciamos a gestão no final de 2019 numa lógica invertida. Realizamos o 13º CECUT depois do CONCUT. Aí realizamos um planejamento de gestão em fevereiro ou março para encaminhar o que foi decidido no Congresso. Em março, veio a pandemia. No dia 18 de março, teria uma assembleia da educação. Sindicatos não sabiam se fechavam ou não fechavam. Todos ficávamos muito apreensivos. Teve a pandemia antes da vacina. Todas e todos perdemos alguém muito próximo e, mesmo assim, fizemos atividade de rua, com máscaras e todos os procedimentos sanitários. E ainda teve a discussão se as máscaras eram eficientes ou não. Depois disso, conseguimos construir uma rede de solidariedade, com distribuição de cestas básicas, marmitex. Um processo em que doamos as cestas e fizemos um debate. Muitos achavam que as cestas eram do Zema ou do Bolsonaro. Mostramos que era uma campanha de solidariedade de classe, de quem se dispôs a ajudar quem estava passando fome. O processo cresceu e fizemos muitos debates. E ficou uma certeza: temos que efetivar a nossa atuação nas periferias, nos bairros, Precisamos nos desdobrar mais nesta tarefa.”

“Com o processo de levar as cestas básicas aos necessitados, descobri que tinha duas famílias passando necessidades a duas ruas da minha casa. E nos debates fizemos as pessoas entenderem que os problemas no transporte, na educação, na saúde foram provocados por um governo que não nos representa. Que não vai adiantar nada tirar um panfletinho agora na eleição municipal se nunca foram lá antes. Temos que começar a dialogar mais com a população, pois boa parte da classe trabalhadora não está nos sindicatos ou nas empresas. Boa parte está vivendo de bicos. Onde estão? Nas comunidades. São quase 500 mil pessoas que moram em Venda Nova e, nos movimentos sociais, temos mais de mil pessoas. Precisamos trazer a classe trabalhadora para dentro deste processo”, analisou Jairo Nogueira.

“Temos a obrigação de fazer o debate na porta de fábrica. Mas se não fizermos o debate com quem está no Uber, no Ifood, vamos perder esta disputa. Não fizeram o que fizeram em 2016, para nos entregar de mão beijada em 2022, temos que trabalhar muito para desconstruir o Zema e enfrentar a extrema direita. A marca da CUT é muito forte. A gente sabe disso, quando vamos negociar com os patrões, eles tremem. E vamos construir um belíssimo plano de lutas”, afirmou o presidente da CUT/MG.

14º CECUT começa com homenagens e muita disposição para luta

Com homenagens a ex-dirigentes e aos presidentes da entidade no Estado, a 14ª edição do Congresso Estadual da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (14º CECUT MG) foi aberto no dia 18 de agosto de 2023, no Sesc Venda Nova, em Belo Horizonte. A solenidade de abertura, com delegadas e delegados eleitos e convidados, entre eles lideranças políticas e representantes dos movimentos sociais e populares, e o superintendente regional da Superintendência Regional de Trabalho e emprego, Carlos Calazans, foi presidida pela coordenadora da atividade e secretária-geral da entidade, Lourdes Aparecida de Jesus. Participaram Ariovaldo de Camargo, José Celestino Lourenço, o Tino, e Milton dos Santos Rezende, da Executiva Nacional da CUT.

O 14º CECUT MG Andréa Hermógenes – Democracia, trabalho e luta; resistir em Minas Gerais, acontece no ano em que a CUT completa 40 anos e em um momento de reconstrução do país, após a vitória de Lula, derrotando o fascismo com o apoio fundamental da união dos movimentos sindical, sociais e populares. Mas, que traz um grande desafio do enfrentamento ao projeto político de Romeu Zema no Estado, que tem como objetivo a eleição presidencial de 2026. Foram exibidos vídeos de saudações e de homenagem Andréa Hermógenes, secretária de Organização e Política Sindical, e José Alves Pereira, ex-secretário de Comunicação, que representaram todas e todos os ex-dirigentes que deixaram um legado de lutas, resistências e conquistas; e aos presidentes que contribuíram para a consolidação do protagonismo da CUT/MG no Estado.

As placas de agradecimento a Andréa e José Alves foram entregues pelo presidente da CUT Minas, Jairo Nogueira Filho, respectivamente, a Aline Lara, do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos de Belo Horizonte (Sindibel); Walter Fideles Dias, do Sindicato dos Metalúrgicos de BH, Contagem e Região. A cerimônia terminou com apresentação do bloco Sou Vermelho.

“O 14º CECUT MG acontece em momento nacional extremamente importante. Saímos das trevas com a vitória de Lula. Em Minas Gerais temos uma luta árdua pela frente: não deixar que Zema destrua tudo no Estado e não deixar que ele venda ao país a imagem de candidato à Presidência da República. Nós temos na memória os enfrentamentos com Aécio Neves. Nós tivemos papel fundamental na desconstrução de Aécio e para mostrar que o caminho é sempre pela esquerda”, disse Lourdes Aparecida de Jesus.

A mesa da abertura do 14º CECUT foi composta pelo presidente da CUT/MG, Jairo Nogueira Filho; Lourdes Aparecida de Jesus; a deputada estadual Beatriz Cerqueira, o deputado estadual Betão, Ariovaldo de Camargo, José Celestino Lourenço; Guima Jardim, presidente do PT-BH; Carlos Calazans; Valéria Morato, presidenta da CTB; Tiago Alves, Movimento dos Atingidos por Barragens; Camila Moraes, da União Nacional dos Estudantes; Silvana Rosa, da Intersindical; e Júlia Nogueira (Levante Popular da Juventude).

“É bom demais estarmos em um Congresso. Demora tanto a acontecer que deixa sempre saudade. A homenagem a Zé Alves e Andréa é singela. Agradecemos muito a eles. Andréa esteve conosco nesta direção. Uma companheiraça, ajudou muito no mandato da presidenta Beatriz Cerqueira.”

“Que a gente construa um bom plano de lutas e estratégias, que aponte o caminho para a classe trabalhadora. Mesmo com a vitória de Luta, temos que ajudar a recuperar tudo que perdemos nos últimos seis anos, com o impeachment de Dilma, o governo do golpista Michel Temer, Bolsonaro e o país ainda foi acometido por uma pandemia, que ceifou mais de 700 mil vidas. Vamos tirar demandas e encaminhamentos, de forma bem clara, para a reconstrução do Brasil e devolver Minas Gerais ao povo mineiro. Teremos debates essenciais para sairmos daqui fortalecidos, eleger a próxima direção da CUT Minas e para dar diretrizes para a classe trabalhadora, afirmou Jairo Nogueira Filho.

“Não vou falar dos inimigos, mas de reconstrução do Brasil e do enfrentamento em Minas Gerais. Estou aqui para falar de celebração, porque o movimento sindical ficou firme. Enfrentou as milícias, os fascistas. Só viramos a chave, só vencemos as eleições porque vocês existem. Foram essenciais. Precisamos celebrar a direção da CUT. Ser dirigente na abundância é fácil. Nas adversidades é mostramos nossa disposição para a luta, a resistência, a união. E contamos com a persistência e a disciplina militante dos movimentos sociais. Quero celebrar a luta no Parlamento. Celebrar intersindical, Carlos Calazans. Celebrar as nossas e os nossos que nos deixaram em algum momento e um Congresso que homenageia André  e José Alves. Celebrar o Coletivo Alvorada, com a presença de Munish. Celebrar quem perdemos. Se não cuidarmos da memória dos nossos, ninguém cuida”, disse a deputa estadual Beatriz Cerqueira, que pediu que todas e todos se levantassem e falassem um nome querido.

“Estou deputado estadual, mas minha origem é sindical, o Sindicato dos professores de Juiz de Fora. Participei de quase todas as edições do CECUT. Sou daqueles caras que dormiram debaixo das arquibancadas do Mineirinho e do Mineirão. Tenho certeza que este Congresso vai construir estratégias e um plano de lutas que vai fortalecer ainda mais as lutas da classe trabalhadora. Vamos tratar da revogação da reforma trabalhista, pedir para o governo Lula fazer isso e também a revogação da reforma da Previdência, já está encaminhada a revogação do novo ensino médio”, disse o deputado estadual Betão.

“Ocupar as câmaras dos vereadores. Seguiremos juntas e juntos. Saldar por estar aqui, participar desta história que muito nos compõe. Imanados na força da mãe terra um belíssimo”, manifestou-se Silvana Rosa, da Intersindical.

“Temos vários companheiros aqui, que contribuíram para a construção da Central, do PT, a CUT pela terceira vez faz um presidente do Brasil. A luta de classes avançou muito nos governos Lula e Dilma e poderia avançar mais. O golpe na Dilma deu um solavanco gigantesto neste processo e trouxe o retrocesso. Se não fosse essa Central, e a luta dos trabalhadores, não fosse ela mais uma vez na rua, os sindicatos e luta popular. Renova esperança de mais luta. Conquista é marca da CUT e temos mais uma vez para receber um plano de lutas. Temos que derrotar um governador ultraneoliberal. Colocar um governo alternativo a Minas Gerais, o povo mineiro está cansado de ser deixado pra lá. E também atuar decisivamente na eleição em Belo Horizonte, para que se torne muito mais solidária. O campo CUTista é que vai mudar o Brasil e Minas Gerais”, afirmou Guima Jardim, presidente do PT-BH.

“Em 1983, nós alugamos 11 ônibus para levar delegação de Minas para o Congresso em São Paulo. Marceneiros e metalúrgicos foram pioneiros na construção da Central. São 40 anos de tanta luta, tanto orgulho disso. De vitórias que tivemos, de derrotas que nos ensinaram muito. A CUT é produto da classe trabalhadora. É uma saga que não foi escrita, a história de todos nós. Volto ao Ministério do Trabalho após 20 anos, e estou projeto de reconstruir o Brasil. Lutando, acreditando em nós, com toda a nossa solidariedade. Como a Beatriz disse, vamos celebrar. Viva a classe trabalhadora, viva a CUT”, disse Carlos Calazans, ex-presidente da CUT Minas e superintendente da SRTE-MG.

 “No Brasil não pode ter miséria, é uma terra de fartura. Este CECUT acontece em um momento importante da luta política. É preciso combinar a defesa do governo Lula com a força popular. Ocupamos tantas vezes as ruas com a CUT. Pela retomada de direitos da classe trabalhadora e por uma vida digna para brasileiros. Aliança de projeto nacional para a educação, projeto nacional de desenvolvimento, com a derrota do governo Zema, que é inimigo do povo. Contem com a União Nacional dos Estudantes. Viva a luta da classe trabalhadora”, afirmou Camila Moraes.

“A CUT sempre foi um exemplo de luta para nós. Contra o golpe, a retirada de direitos, na resistência contra o fascismo e, por último, nos unimos para garantir a vitória de Lula. Junto com a CUT vamos fazer com que o governo Lula dê certo e vamos derrotar Zema”, disse Júlia Nogueira, do Levante Popular da Juventude.

“Comemorar 40 anos não é fácil mesmo. Nos traz muitas obrigações Unidade é muito importante neste momento. Derrotamos eleitoralmente o fascismo, mas ele está vivo. Se um de nós for atacado, todos nós somos atacados. Por isso nossa união é fundamental. Temos que banir o fascismo do Brasil”, enfatizou José Celestino Lourenço.

Ariovaldo de Camargo, da Executiva Nacional da CUT, destacou que o projeto democrático progressista só foi interrompido pelo golpe de 2016 e sofreu apenas uma derrota nas seis últimas eleições. “Fotos vitoriosos em cinco e roubados em 2018, pois Lula seria eleito e foi retirado. Sei o que passei com Geraldo Alckmin, em São Paulo, mas a composição com ele foi necessária para derrotar a extrema direita. Com unidade de classe trabalhadora é que vamos impedir que aconteça novamente o que houve em 2018. Estamos diante de um desafio em 2024, com as eleições municipais. Enfrentamos dificuldades em Minas, com Zema, e em nível federal porque temos que ocupar os espaços no Parlamento, termos mais deputadas como Beatriz Cerqueira. Não conseguimos, aqui no Estado, eleger uma bancada com muitos deputados como a Beatriz Cerqueira e o Congresso tem uma composição de direita. Estamos fazendo 40 anos e precisamos olhar os próximos 40.”

DEPUTADA ESTADUAL BEATRIZ CERQUEIRA DO PT DE MINAS

Reconstruir o Brasil e resistir em Minas Gerais

O segundo dia do 14º CECUT MG, 19 de agosto de 2023, começou com a aprovação por unanimidade do Regimento Interno, com debate sobre destaques conduzido pela coordenadora do Congresso, Lourdes Aparecida de Jesus e da secretária de Política Sociais e Direitos Humanos, Yara Cristina Batista Diniz. Na sequência, aconteceu o debate sobre Análise de Conjuntura Estadual e Nacional, coordenado por Jairo Nogueira Filho, presidente da CUT/MG, e Elaine Cristina Ribeiro, secretária de Combate ao Racismo. Os palestrantes foram a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) e o deputado federal Rogério Correia (PT).

“Tive a honra de ter sido um dos fundadores e dirigente da CUT. A importância do movimento sindical, principalmente no encerramento do regime militar, é tanta, pois trabalhadoras e trabalhadores resistiram. Ficaram famosos por causa da resistência. Ressurgimos como movimento de massa com a redemocratização. Naquela época, os sindicatos foram tratados como inimigos. Os militares escolhiam os dirigentes. Mesmo assim, como oposição, fomos vencendo eleições sindicais. A UTE (União dos Trabalhadores do Ensino) surgiu daquela luta. Fomos retirando pelegos. A partir de São Bernardo do Campo, foram ressurgindo sindicatos de luta, fundamos o PT, surgiu o MST e o movimento social teve efervescência”, analisou Rogério Correia.

“O movimento sindical foi protagonista na resistência ao bolsonarismo. Resistência ao bolsonarismo, Sindicato é o nosso porto seguro. Resistimos. E avançamos para além das lutas específicas, pois os sindicatos têm um papel político, embora as elites digam que não. Vocês já viram a Fiemg deixar de dar sua opinião política? Sindicato tem sua força política, ainda mais com a luta de classes, com a luta pela igualdade social, que faz parte da pauta da classe trabalhadora”, detalhou o deputado federal.

“É preciso reconhecer o papel do movimento sindical na conjuntura nacional, notadamente da CUT. A Beatriz (Cerqueira, deputada estadual) fala que eu sou de otimismo irritante. Refletimos o que enfrentamos desde o golpe contra Dilma Rousseff, em 2016. Vivemos momentos terríveis. Hoje a conjuntura nos sorri melhor. Se Bolsonaro fosse reeleito, o país seria destruído. Seu projeto de governo manteria o tento de gastos, o arrocho no orçamento para as universidades, para a saúde e estaríamos diante de um processo de privatização em que o SUS ficaria sob ameaça. E teríamos a escassez de verbas para o meio-ambiente e políticas sociais, combate ao trabalho escravo, sequer previsão de custeio para o bolsa família. Com Lula, o bolsa família está fora do teto e com acréscimo de R$ 150 para cada criança. O orçamento está dando conta de reiniciarmos os programas sociais.”

“Nossa tarefa é árdua apesar da vitória de Lula. O trabalho de base dos sindicatos é fundamental para enfraquecer o bolsonarismo. E o fascismo do mundo inteiro, a política neofacista. Estamos incluídos numa tarefa mundial de diminuir a força do fascismo, que se enraizou nas periferias. Fortalecer as instituições, os partidos de esquerda. Construir uma força institucional, principalmente no Parlamento. Não dá para a gente ter no Parlamento uma maioria de extrema direita. A resistência institucional faz parte do combate à ultradireita. Atualmente, com a composição do Congresso Nacional nos obriga a fazer concessões que nós não gostaríamos. Não governamos sem o que está no Congresso. Somos obrigados a ceder.”

“Mas precisamos de movimento de massa e tomar iniciativas diante das pautas que estão no Congresso e apresentar as nossas pautas. Lula relançou todos os programas sociais. Conseguiu a aprovação do arcabouço fiscal, as reformas nas universidades públicas, a mudança na formatação da educação infantil, democratizou as relações. O PAC foi relançado agora. Houve valorização da agricultura familiar, o novo Pronaf, a reforma agrária voltou à pauta, a gente respira mais liberdade.  Para fazer com que as reformas estruturais sejam possíveis, é necessário a participação de trabalhadoras e trabalhadores. E daí saudamos a importância da CUT neste processo”, concluiu Rogério Correia.

Em sua análise, a deputada estadual Beatriz Cerqueira enfatizou os enfrentamentos necessários em Minas Gerais contra o projeto político do governador Romeu Zema (Novo). “A conjuntura estadual tem um impacto nacional. Precisamos lutar para conter o Zemismo, o partido Novo.  Primeiramente porque estamos diante de um grande projeto de poder nacional. Forças conservadoras, do agronegócio e da mineração, estão se posicionando para as eleições de 2026. Alguns de nós pensam que é fraco, não é um adversário à altura. Temos que virar esta chave. A arma dele é o marketing. Colocando-se como um novo mito a ser referendo em 2026. Ele sabe aonde quer chegar. Em 2018, achávamos que o inelegível era o melhor adversário para enfrentar. Ele era o mais fraco e ganhou a eleição. Não podemos subestimar o governador, que está numa ascendência de se posicionar e se apoderar do legado de Bolsonaro. As táticas dele sempre dão muito certo. Ele fala e todos nós estamos falando dele. Somos o grande canal de propaganda do Zema. A cara dele está sempre circulando”, avaliou.

“Ele articula um projeto nacional de poder, após a reeleição em primeiro turno. Zema se organizou para isso nos últimos anos, com um governo que fez caixa e um discurso único de que o PT quebrou o Estado. E faz os investimentos onde lhe dão retorno eleitoral. O maior período de não recursos para os municípios foi em 2019 e 2020, no pior momento da pandemia. E a esperteza de fazer, de portas fechadas, um acordo com a Vale, onde a maior parte dos recursos não passam para o Estado. São administrados pela própria Vale. E vai passar recursos para os municípios às vésperas das eleições. E busca um grande acordo das forças políticas de direita e extrema direita, um alinhamento de forças conservadoras e o empresariado em seu projeto. A Fiemg e as mineradoras. Apesar de dois grandes crimes, as minerações têm avançado no Estado. A Secretaria Estadual de Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) está à serviço das mineradoras.”

Outra estratégia de Zema, segundo Beatriz Cerqueira, foi construir um bom relacionamento com os demais poderes, nos dois mandatos. “A base do governo Zema é de 57 deputados. Por isso é preciso um processo robusto de enfrentamento. Não podemos esquecer que na vitória de Lula sobre Bolsonaro a diferença de votos em Minas Gerais foi de 49 mil. Nossa tarefa no próximo período é desgastar este projeto, para que Zema não chegue bem posicionado em 2026. O governo Zema precisa fazer entregas para quem ele quer manter no seu leque de alianças e estratégicas. Para disputar os votos da extrema direita e direita, precisa consolidar uma grande agenda de privatizações. Não pelo RRF, precisa entregar Cemig, Copasa, educação pública, saúde pública. A privatização da educação básica basta um edital publicado para iniciar o processo de privatização. No avanço da agenda de privatizações, a Assembleia Legislativa tem sido substituída pelo STF. O Zema viu uma articulação favorável no STF. Ponto de alerta: sempre que impedimos uma aprovação, ele nos substitui pelo STF.”

“Zema vai apostar muito neste segundo semestre, buscando a reforma administrativa pelo Regime de Recuperação Fiscal. Sua agenda pode avançar tanto ou quanto de resistência exercermos. Dentro da Assembleia estamos bem. Nos resta a parte mais importante: a capacidade de aglutinar forças. No primeiro semestre, ele conseguiu aprovar reajuste o seu salário de 300%, criar cargos para acomodar os seus amigos, e a isenção dos impostos para locadoras, porque não conseguimos furar a bolha. Desafios que a gente precisa colocar a nossa agenda: enfrentamento à mineração, que é debate da classe trabalhadora, setor estratégico do governo Zema, e para a nossa sobrevivência, agricultura familiar. O segundo ponto, qual é a nossa agenda. Precisamos gastar um tempo, o que nós queremos da agricultura familiar, na indústria, na educação básica. Estamos reagindo à pauta do inimigo, se a gente só fica neste lugar, o que vamos conseguir é reduzir danos, atrasar projetos. Precisamos elaborar a nossa pauta. É um exercício grande para virar a chave, além da resistência e colocar a nossa pauta. É com ela que a gente disputa espaço. Dizer o que nós queremos. A classe trabalhadora que nós representamos quer isso”, argumentou a deputada estadual.

“Precisamos da revogação da reforma da previdência. Quando comecei a fazer luta contra a extinção da Fundação Educacional Caio Martins (Fucam), acumulamos força e crescemos. Precisamos de um planejamento estratégico, saber quais são os nossos aliados. Vamos trabalhar para criar esta pauta. Conseguir fazer a luta de classe no nosso Estado. Levar o debate para associações de bairro, igrejas. O enfrentamento a Zema é ter um plano de lutas, gastar energias para fora, não para dentro. Cuidamos muito da gente mesmo. Temos que exigir de nós mesmos não gestões para dentro. Para fazer a luta de classes, as gestões precisam ser para fora. Se não fizermos isso, nós já perdemos, e deixaremos Zema consolidar o seu projeto”, definiu Beatriz Cerqueira.

EZEQUIEL RESENDE NA CUT SUL DE MINAS

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